sexta-feira, 12 de maio de 2017

Homenagem 2017: Arte, ética e encantamento na obra de Ana Maria Machado

A carioca Ana Maria Machado tem uma obra vasta e diversa. Seus livros para crianças, jovens e adultos, têm a presença do Brasil e das coisas brasileiras. São uma declaração de amor da autora ao país em que nasceu, até quando lhe faz críticas. São também um espaço de encantamento e revelações sobre o Brasil e os brasileiros. E tudo isso sem abrir mão do olhar sobre o mundo e sua diversidade.  

Foto: Acervo familiar
Pintora, jornalista, livreira, educadora: as muitas profissões que Ana exerceu ao longo da vida, e que foi deixando para se fixar como escritora, continuam a se refletir em seu ofício de escrever. Também revelam uma mulher sem medo de mudar, virar o mundo e a própria vida de cabeça para baixo, sempre que acha necessário.

Nas mais de 100 obras infantis e juvenis que a tornaram reconhecida internacionalmente, aparece, com sutileza e sem discursos didáticos enfadonhos, a preocupação de educar para as artes plásticas, para a música e para a valorização do conhecimento histórico e das práticas éticas. Disposta a abrir os horizontes de seus leitores, a autora com frequência subverte as regras tradicionais da narração. Uma de suas histórias vai ao ponto de começar com o “felizes para sempre”.

Ao longo de sua carreira literária, que a levou a deixar um dos mais altos salários pagos na época a uma mulher na imprensa brasileira, Ana Maria Machado participou ativamente da construção e consolidação de uma literatura infantil e juvenil nacional, até então quase que limitada às obras de Monteiro Lobato.  

Não é de admirar que a maior parte do prestígio nacional e internacional de Ana, que lhe valeu  a eleição para a Academia Brasileira de Letras em 2003, entre centenas de outros reconhecimentos, esteja associada a sua obra para crianças. Mas, como todos os grandes artistas, sua capacidade de surpreender é inesgotável. Desde que começou a publicar romances para adultos, em 1983, Ana já nos presenteou com uma dezena de obras que mesclam ficção e realidade, sentimento intensos e reflexões agudas, em busca de uma verdade que só a literatura é capaz de oferecer, sobre nós mesmos e as sociedades que construímos, 


Tudo somado, cerca de 200 livros já foram publicados com o nome de Ana Maria Machado na capa. São quase 150 obras infantis e juvenis, incluindo várias recontações de histórias tradicionais brasileiras, chinesas, árabes, africanas e da mitologia greco-romana; uma dezena de romances para adultos e jovens; e outro tanto de artigos e ensaios, em que a autora reflete sobre questões literárias, políticas e sociais. Seu primeiro livro publicado foi, curiosamente, para adultos: O Recado do  Nome, de 1977, sobre a obra de Guimarães Rosa. Era a tese de doutorado defendida pouco antes na França, onde viveu três anos, num auto-exílio voluntário para escapar do regime militar no Brasil. As experiências com os anos de repressão e falta de democracia no Brasil iriam depois aparecer, transfiguradas, em vários de seus livros infantis e  no romance adulto Tropical Sol da Liberdade. 

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