De um
humanismo simples, direto e objetivo, sem deixar de ser literário, Julio Emilio
aborda temas espinhosos do mundo contemporâneo. As diferenças étnicas,
políticas e religiosas; as várias formas de violência nas escolas, nas famílias
e na sociedade; a solidão dos idosos e das pessoas que têm deficiências ou
doenças incapacitantes; o desemprego entre os jovens; o drama do alcoolismo; e
até o impacto na vida de crianças cujo pai é acusado de corrupção são alguns
dos assuntos tratados em suas histórias com leveza, simplicidade e
sabedoria.
Suas obras se
caracterizam pelo empenho em promover a compreensão e o respeito às diferenças
entre os indivíduos e entre os diversos grupos sociais. Buscam um diálogo
permanente entre identidade e diversidade, convidando o leitor a exercer a
empatia. São essas ideias que inspiram a programação da FLIM para este ano,
sintetizada no lema “Únicos e Plurais”.
O
homenageado da FLIM nasceu em Manhumirim (MG), em 1959, e vive no Rio
de Janeiro desde os cinco anos de idade. Aprendeu a ler sozinho, e aos seis
anos já lia revistas de terror, um gênero que aprecia até hoje e que aparece
em algumas de suas obras.
Generoso e
despojado, Julio Emilio não cobra por palestras em escolas, costuma doar seus
livros a bibliotecas e outras instituições e leva uma vida simples, sem buscar
luxos, premiações e celebridade. Mas desfruta do reconhecimento e do prestígio
que só os grandes criadores de cultura conseguem obter.
