Uma pequena amostra da riqueza poética de Mario Quintana,
que pretendemos explorar muito mais amplamente na FLIM, em shows, saraus,
palestras, exposições... e tudo mais que a nossa imaginação mandar!
Os trechos abaixo foram retirados dos livros Esconderijos do Tempo, Canções, Sapato Florido, Caderno H
e Apontamentos de História Sobrenatural.
“Todos esses que aí
estão/ Atravancando meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!” (Poeminho do contra)
“Oh! O silêncio das salas de espera/Onde esses pobres
guarda-chuvas lentamente escorrem...” (Canção dos romances perdidos)
“Eu sou um homem fechado./O mundo me tornou egoísta e mau./E
a minha poesia é um vício triste,/Desesperado e solitário/Que eu faço tudo por
abafar./Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,/Com o teu passo
leve,/Com esses teus cabelos.../E o homem taciturno ficou imóvel, sem
compreender nada, numa alegria atônita.../A súbita, a dolorosa alegria de um
espantalho inútil/Aonde viessem pousar os passarinhos!” (Canção do amor imprevisto)
“Os guarda-chuvas perdidos... Aonde vão parar os
guarda-chuvas perdidos? E os botões que se desprenderam? E as pastas de papéis,
os estojos de pincenê, as maletas esquecidas nas gares, as dentaduras postiças,
os pacotes de compras, os lenços com pequenas economias? Aonde vão parar todos
esses objetos heteróclitos e tristes? Não sabes? Vão parar nos aneis de
Saturno, são eles que formam, eternamente girando, os estranhos aneis desse
planeta misterioso e amigo.” (Objetos perdidos)
“Uma formiguinha atravessa, em diagonal, a página ainda em
branco. Mas ele, aquela noite, não escreveu nada. Para quê? Se por ali já havia
passado o frêmito e o mistério da vida...” (O poema)
“A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer.” (Mentira?)
“Os verdadeiros analfabetos
são os que aprenderam a ler e não lêem.” (Cartaz para uma feira do livro)
“O fantasma é um exibicionista póstumo.” (Incorrigível)
"Adolescente, olha! A vida é nova.../A vida é nova e anda nua/ - vestida apenas com o teu desejo!" (O adolescente)
“Quem faz um poema abre uma janela./Respira, tu que estás numa cela/abafada,/esse ar que entra por ela./Por isso é que os poemas têm ritmo/- para que possas, enfim, profundamente respirar./Quem faz um poema salva um afogado." (Emergência)
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