quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A poderosa gazua da literatura

São três autores com idades, estilos e histórias muito diferentes. Todos são trazidos pela FLIM pela E-Papers, uma jovem e bem-sucedida editora carioca, que nasceu para publicar textos acadêmicos em e-book e em papel e agora estende seus domínios para as paragens da literatura de ficção.Eles vão autografar suas obras e bater papo com os leitores na tenda da E-Papers na Praça Frouthé, domingo às 11h.
Maria Christina: desejo de desvendar e dar voz às mulheres
 Maria Christina Drummond Monteiro de Castro é mineira de família tradicional e tem 74 anos. Ela gosta de falar de mulheres: “Sempre me interessaram mais, as mulheres, tão ainda amarradas, tão buscantes e sem voz, e tão prenhes de potência e desejo”. Os contos são retalhos, pedaços de mulher, este ser “desdobrável”, como definiu a também mineira Adélia Prado. A autora sabe que mesmo se escrevesse milhares de contos e somasse todas as mulheres que conheceu ao longo da vida, nunca chegaria ao que se chama “o feminino”. Mas acha que vale a pena tentar. “A literatura, as palavras, são uma gazua poderosa”, diz ela. Daí o livro que traz para a FLIM, um conjunto de histórias enfeixadas no título “Acerto de Contas”.

Regina: para o leitor criar sua própria fantasia
 A carioca Regina Taccola escreveu seu primeiro conto aos sete anos. Deu-lhe o título de “A morte de Tarzan” e nele narrava o atropelamento e agonia de um cachorro tão ruivo quanto a sua dona. Fez sucesso na família. Na adolescência, ousou escrever um romance sobre rituais de passagem.  O original foi perdido num táxi por sua mãe, pouco antes de ser submetido à leitura crítica de um amigo literato. Regina entrou na universidade, formou-se em Medicina, tornou-se psicanalista. Em anos de prática no consultório, viu-se atravessando o abismo na corda bamba que separa o consciente do inconsciente. Do abismo fez ponte e voltou à ficção. O livro “Uma tarde embalada pelo mar” é o resultado desse processo, e é também o seu primeiro a chegar aos leitores. São contos curtos como janelas entreabertas, que permitem a cada um continuar a navegar e criar a sua própria fantasia.
Vitor: rigor ao aprisionar palavras no papel 
Vitor Menezes, nascido em Campos dos Goytacazes em 1974, é jornalista e professor universitário em Campos e Macaé. Traz para a FLIM o livro “Eu transaria com mortos”, uma coletânea de 20 crônicas e 20 contos, que só pelo ousado título já desperta interesse. Vejamos o que dele diz seu prefaciador, Jorge Rocha: “Vitor pegou o coração de vários textos de sua autoria, mediu-os, olhou por todos os ângulos e tão somente depois de convencer-se de que possuía algo que valia a pena aprisionar no papel, colocou esse material na balança. Esse livro registra o equilíbrio entre cronista e contista – ah, a tarefa de fantasiar o cotidiano, cotidianizar a fantasia; enfim, esses borogodós que a Literatura faz com a cabeça da gente – que dá forma a Vitor Menezes. Dá ou não dá vontade de ler?

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Amor a palavras e imagens no trabalho de Liberati e Guina Ramos

Ambos são jornalistas, ambos são artistas, ambos se expressam com imagens – um fotografando, o outro desenhando. E ambos amam as palavras e também se expressam muito bem com elas. Os dois estarão mais uma vez na FLIM – já vieram em outras edições. O cartunista, caricaturista e ilustrador Liberati traz uma exposição de caricaturas de alguns dos seus escritores favoritos e, de quebra, promove uma oficina de desenho.O fotojornalista Guina Ramos vem lançar seu novo livro, Personagem Cabal, uma combinação de fotos e textos que só um fotógrafo com alma de escritor (ou vice-versa) poderia fazer.


A mostra de Liberati ficará aberta no sábado e no domingo, de 10h às 17h, na Casa Caputo, onde, no domingo, de 11h às 12h, ele apresentará uma novidade: armado de pilot e quadro-branco, vai  dar dicas básicas de como desenhar a figura humana e fazer ilustrações. O público, de qualquer idade, vai receber papel, lápis, caneta hidrocor e giz de cera. Não é obrigatório talento para desenhar. Basta a cara e a coragem. O resultado será pendurado num varal ali mesmo, junto aos desenhos do mestre. Um luxo, não é?



Já o lançamento do livro de Guina Ramos será no domingo, às 14h, também na Casa Caputo, com um bate-papo com o autor. Guina reúne em Personagem Cabal uma série de fotos em preto e branco, produzidas nos muitos anos em que trabalhou em alguns dos mais prestigiosos órgãos da imprensa carioca. São fotos que retratam pessoas comuns, as quais, por alguma razão, se tornaram notícia por um dia. Para cada imagem, ele escreveu um texto, promovendo um diálogo entre palavras e foto que vai muito além da simples – e perecível – legenda jornalística.  


terça-feira, 23 de agosto de 2016

As variadas faces do teatro na FLIM

O teatro, em suas diferentes técnicas e facetas, está presente na programação da FLIM. Já no sábado, às 11h, Angela Moreira, uma performática contadora de histórias que, sozinha, vale por todo um elenco, vai apresentar em frente ao palco da rua Barão de Madalena o seu “A árvore que dava dinheiro” – um espetáculo para gente de todas as faixas etárias, em que o público também é estrela.

Angela Moreira em ação 
 
Às 13h, o grupo Animadaços – uma jovem trupe que mistura técnicas de dança, circo e teatro - vai encenar no mesmo local a peça “Descobrindo a amizade”, também destinada a crianças e adultos.
Os Animadaços fazendo o que o nome indica: animando a galera

No domingo, às 13h, o Corpo Coletivo, uma rede de artistas de Juiz de Fora, Minas Gerais, vai ocupar o Clube Montanhês com o espetáculo “Coisas invisíveis”, uma sofisticada peça infantil que une a tecnologia das projeções interativas à presença do ator. Conta a história de uma menina que adora dançar. Sua dança é autêntica, despretensiosa e livre. Mas, aos olhos das pessoas, parece uma dança esquisita. A trama é inspirada nos livros “Cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino, e “Desumanização”, de Valter Hugo Mãe.
Coisas Invisíveis: atriz interage com as projeções

Tudo isso sem falar no Teatro em Cordel do ator e cantador pernambucano Edmilson Santini, já anunciado aqui.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Um saboroso menu de livros que a FLIM vai lançar no domingo

A programação da FLIM no domingo, dia 28, está recheada de saborosas atrações infantojuvenis, que prometem agradar também aos adultos.Vários livros que serão lançados vão fazer a alegria do público. Uma dessas obras é O espetáculo das águas, de Ana Paula Mattos, com lançamento no domingo 28/08, de 10h às 11h, na Tenda das Escolas. 

Enquanto Ana Paula escreveu sobre a água, Gustavo Polycarpo, dublê de poeta e músico de São Fidélis, escolheu a terra e a cultura indígena como inspiração e visou um público mais adulto para os poemas que compõem o seu Cembó: Ibi Curimbaba, um título cuja tradução diz tudo: “O broto: a força da terra”. O lançamento, às 10h,  vai ser junto ao palco, na rua Barão de Madalena, ao som do violão do autor.

Também no domingo, de 11h às 12h, na Tenda das Escolas, a macaense Flavia Vasconcelos de Brito vai contar histórias infantis e mostrar ao público a obra com que, desde 2014, vem percorrendo eventos literários: Tito, o gato escondido (Selo Off Flip das Letras). Ao contar as aventuras de um gato preto insatisfeito com sua aparência e vítima das superstições que consideram os bichanos de pelo escuro portadores de má sorte, a narrativa ajuda leitores de todas as idades a lidarem com questões como a falta de autoestima e a intolerância com os diferentes.

Já a escritora campista Isabel Assad vai reunir crianças, jovens e adultos para um bate-papo em torno de seu O ditador e a libélula: uma história de amor. Isabel tem vários livros publicados e já ganhou prêmio literário em Portugal. O lançamento na FLIM vai ser de 12h às 13h, na Casa Caputo. 

Além dos lançamentos com horário marcado, os autores desses livros poderão, se quiserem, utilizar a Tenda dos Autores para exibir suas obras e interagir com o público. A Tenda ficará aberta desde as 10h do sábado 27, até o final da tarde de domingo. Ou seja, não vai faltar oportunidade para escritores e leitores se encontrarem para trocar ideias à vontade.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Conheça "Essa Menina", a Esperança, filha dessa terra chamada Brasil

A garota que conduz a narrativa chama-se Esperança, mas todos a chamam de Essa Menina. “Minha mãe teve 19 filhos. No Nordeste, no meio desse monte de criança, todos são chamados de  ‘esse menino’, ‘essa menina’”, explica a autora. E é com esse nome que a personagem-título vai crescendo, num bairro pobre da periferia de uma cidade nordestina, num ambiente de homens e mulheres fortes e sofridos.  Curiosa, irrequieta, atrevida, vai enfrentando medos e descobrindo a vida, em meio ao catolicismo tradicional de uma tia, as práticas do candomblé de uma vizinha negra, a dureza silenciosa de uma misteriosa índia velha agregada da casa e as crenças políticas materialistas do pai – um comunista sempre perseguido pela polícia, desde os tempos do primeiro governo Vargas até o regime militar.

Tina Correia, nascida e criada em Sergipe, professora aposentada da rede municipal do Rio, levou 30 anos escrevendo seu primeiro livro, o romance Essa Menina, que ela vem lançar na FLIM, no sábado 27 de agosto, às 15h30. Narrado pela voz da menina do título, o livro mistura memórias da vida da autora, fatos reais acontecidos a outras pessoas e pura e simples ficção. O resultado é uma narrativa saborosa, às vezes triste, frequentemente engraçada, que dialoga com a história recente do Brasil. E quem já leu Essa Terra, de Antônio Torres, o homenageado da FLIM 2016, logo descobre que Essa Menina é um contraponto - feminino e mais urbano - de Totonhim. Uma feliz coincidência que venham se encontrar aqui em Santa Maria Madalena, porque não resta dúvida: Essa Menina também é filha de Essa Terra

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Luan Severo, a hora e a vez do sertanejo

Luan Severo:  o som sertanejo de Minas Gerais
Diversidade é a marca da FLIM. A edição 2016 vai oferecer música para todos os gostos. Um dos shows programados é de Luan Severo, o jovem cantor e compositor sertanejo mineiro que já conquistou um público fiel em Santa Maria Madalena.
Luan cresceu ouvindo as modas de viola que o pai e o tio cantavam, aprendeu a tocar violão, gaita, viola caipira e sanfona. Experimentou na adolescência gêneros como o blues e o rock. Mas descobriu que sua vocação era mesmo o sertanejo, influenciado por nomes como Milionário e José Rico, Sergio Reis e Almir Sater e o gaitista Jefferson Gonçalves. Na FLIM 2016, Luan Severo vai se apresentar no sábado, dia 27/08, à meia noite. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Dos pampas gaúchos para a FLIM

   O professor e videasta Wander Lourenço traz para a FLIM 2016 seu videodocumentário Dom Quixote dos Pampas, sobre o poeta Carlos Nejar, gaúcho de Porto Alegre, membro da Academia Brasileira de Letras. Nejar é velho conhecido dos madalenenses.  Esteve em Santa Maria Madalena em 2013, quando nos brindou com uma bela palestra sobre seu conterrâneo e amigo Mario Quintana (1906-1994), o homenageado daquela edição da FLIM.  

A exibição do vídeo, no sábado 27 de agosto às 17h30, será seguida de um bate-papo com o diretor Wander Lourenço e declamação de alguns poemas de Nejar pela poeta gaúcha Claudia Gonçalves. Mas aqui vai um aperitivo com um pequenos trecho da poesia de Carlos Nejar:

Entra nesta casa/tão vasta que é o mundo,/pequena aos enganos,/perdida, encontrada./Os dias, os anos/São palmos de nada (Assentada, do livro “Os melhores poemas de Carlos Nejar, Global Editora, 1984)


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Café com literatura, uma combinação perfeita

Márcia Lobosco: a aventura de ler
Márcia Lobosco, professora em Nova Friburgo, ama a literatura e se interessa pelas questões sociais de nosso tempo. Concluiu seu mestrado com uma dissertação sobre relações étnico-raciais. Assunto mais que atual nestes tempos de globalização, em que diferentes povos e culturas são postos em contato pelo aumento das migrações, com consequências as mais diversas. Para nos dar uma oportunidade de reflexão a respeito, ela vai fazer uma palestra na FLIM no sábado 26, às 11h. 

À tarde, vai compartilhar conosco sua paixão pela literatura. Realizará um Café Literário nos moldes do que promove mensalmente, sempre com grande afluência de público, numa confeitaria em Nova Friburgo. Ela vai mostrar aos participantes os prazeres da exploração de textos em conjunto. Na FLIM, o Café Literário da Márcia será, muito apropriadamente, realizado no simpático Sr. Café, da nossa parceira Riva. E atenção: ninguém precisa ser especialista em literatura para participar. Márcia vai nos ensinar.



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Alegria e emoção com o samba de Tania Malheiros

Sucesso nas noites cariocas, Tania vem mostrar sua arte na FLIM
A cantora e compositora Tania Malheiros, que nos últimos 15 anos se tornou conhecida nos circuitos sambistas pela bela voz e o bom-gosto de seu repertório, vem se apresentar na FLIM no exato momento em que sua carreira passa por um divisor de águas e sua arte alcança um novo patamar. Sorte nossa! 

Ela vai se apresentar no palco da FLIM no sábado 27 de agosto, às 22h. 
Tania acaba de lançar seu segundo CD, A moça no espelho, com arranjos e direção musical do maestro Gilson Peranzzetta. Várias faixas são assinadas pela própria cantora, que agora exibe também sua face de compositora. A voz poderosa de Tania aparece como que domada pela delicadeza dos arranjos, num misto de suavidade e explosão de alegria que caracteriza os grandes sambas e os grandes sambistas. Quem ouve, não sabe se cede à emoção ou se deixa o corpo gingar e cai no samba. Confiram nesta faixa do CD: “Me acovardei

sábado, 13 de agosto de 2016

Táxi também é lugar de literatura

A partir desta semana os táxis de Santa Maria Madalena vão exibir, dependuradas nos encostos dos bancos, pequenas amostras dos textos de Antônio Torres, o homenageado da FLIM 2016. Aqui vão dois exemplos.




sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A árvore que quer ir para o mar

Fabiana Corrêa é autora de excelentes livros infantis. Um de seus temas mais frequentes são as espécies da Mata Atlântica, como o cambucá, a pequena árvore de frutos deliciosos, já extinta na floresta mas ainda encontrada em alguns quintais. Este ano ela traz para lançar na FLIM Sonho de Canoa (ed.Nitpress). Nessa obra, Fabiana apresenta a seus pequenos (e grandes) leitores a bandarra, uma árvore que sonha conhecer o mar. A história entrelaça os sonhos da árvore e de um menino. Aproximando os sonhadores, a autora permite que o leitor conheça as características biológicas da bandarra, mantendo a referência à fauna e acrescentando um novo elemento, o da valorização da cultura tradicional caiçara – típica das áreas da Mata Atlântica que chega até o mar do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. O lançamento na FLIM será no domingo, 28 de agosto, às 10h, na linda e acolhedora Praça Coronel Braz.




quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A volta do teatro em cordel de Edmilson Santini

O ator, poeta e cordelista nordestino Edmilson Santini esteve na FLIM de 2015. Seus versos, sua encenação e sua música deixaram no público um gostinho de “quero mais”. Combinando o sabor dos versos populares do cordel com a alegria da música e a força das técnicas do teatro, ele transforma cada apresentação numa experiência inesquecível. O pernambucano Edmilson está de volta este ano, com um novo espetáculo: De Machado a Gonzagão – Uma viagem em cordel. Trata-se de um conjunto de histórias em que o narrador propõe ao público um passeio cênico-poético por alguns dos temas que compõem o repertório do Teatro em Cordel, como os feitos de Santos Dumont, a obra de Machado de Assis e um desafio poético entre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, e Patativa do Assaré, o repentista autor de clássicos da literatura popular nordestina. A apresentação será no domingo, 28 de agosto, às 14 horas. Cultura popular e diversão pra ninguém botar defeito!

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Encravada na Serra Fluminense, a 230 quilômetros do Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena mantém a arquitetura do tempo dos barões do café, em meio ao verde da Mata Atlântica. Sua combinação de beleza e simplicidade encanta os visitantes.


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Foto da Pedra Dubois: Leandro Almeida