Ferreira Gullar adora gatos. Foi um deles que o inspirou a
lançar seu primeiro livro infantojuvenil: Um
gato chamado Gatinho (ed. Salamandra, 2000). O Gatinho existiu mesmo;
morreu aos 16 anos, bem idoso para um bichano.
Animado com a animação dos leitores, Gullar voltou a falar de seus amigos felinos em Um gato que
virou história (ed. Lazuli, 2009). Conta a história de um gato que dava
um livro, e da sua família que gostava tanto dos bichos, que queria que eles
virassem livros.
Publicou também o juvenil O rei que mora no mar (ed.Global, 2001), que relata em versos a lenda da praia dos Lençóis, no Maranhão, onde D. Sebastião, um rei de Portugal que morreu em 1578, estaria vivendo no fundo do mar, transformado num touro negro.
No ano passado, nosso autor juntou duas paixões num livro só: em Bichos do Lixo (ed. Casa da Palavra,
2013) seus textos são ilustrados com coloridas colagens que ele faz
usando pedaços de envelopes, convites, anúncios, tudo que lhe cai nas mãos e os
outros acham que é lixo.
Enquanto escreve suas próprias histórias para as crianças e jovens,
o homenageado da FLIM 2014 vai traduzindo outras. Ele já traduziu as Fábulas de La Fontaine; As mil e uma noites; e, agora, acaba de
traduzir O pequeno príncipe (ed.
Agir), usando uma linguagem mais coloquial e adequada aos leitores de hoje.
A primeira e única versão desse livro no Brasil era de 1954. Agora, a Raposa
não diz mais para o Pequeno Príncipe: “- Tu te tornas eternamente responsável
por aquilo que cativas”. Mais moderna, ela prefere dizer: “ – Você é para sempre
responsável pelo que cativou”.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
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